Para ter acesso à boa leitura nem sempre é preciso gastar dinheiro. A obra de grandes escritores como Machado de Assis (1839-1908) e Fernando Pessoa (1888-1935) está disponível integralmente para o leitor, sem custo, no site Domínio Público, mantido pelo Ministério da Educação para incentivar a troca de conhecimentos entre professores, estudantes, pesquisadores e a população em geral.
O acervo é composto por títulos que se encontram em domínio público – obras culturais sem a necessidade de pagamento de direitos autorais – ou receberam licença dos detentores dos direitos para serem divulgados de graça. As obras, segundo a lei, caem em domínio público depois de 70 anos do falecimento do autor, ou antes, se não houver herdeiros.
No site também podem ser copiados arquivos MP3 de música erudita, com execução da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal Fluminense, e obras como as de William Shakespeare (1564 – 1616), que escreveu a famosa peça Romeu e Julieta, e a Divina Comédia, do poeta italiano Dante Alighieri (1265 – 1321). Este, aliás, é o título mais procurado, com mais de 1,1 milhão de cópias desde que o site foi criado em 2004.
Entre os dez títulos mais acessados estão também o romance Dom Casmurro, de Machado, e um livro de Pessoa intitulado O Eu profundo e os outros Eus, escrito em 1913.
Dom Casmurro é sem dúvida o romance mais famoso de Machado, é a história que notabilizou a personagem Capitu e seu olhar de ressaca, “oblíquo e dissimulado”, como um sinal da ambigüidade que permeia o enredo, um suposto triângulo amoroso sem que jamais se possa saber o que houve entre Bentinho, Capitu e Escobar.
Já o livro de Pessoa traz dois poemas dramáticos – Na Floresta do Alheamento e O Marinheiro – que são especulações sobre a constituição do ‘Eu’, sobre os desejos que nos colocam na perspectivas de diferentes realidades e fazem com que a nossa personalidade seja dupla, ambígua e contraditória.
Neste trecho, por exemplo, Pessoa foca a relação entre o ‘Eu’ e o outro: “E assim nós morremos a nossa vida, tão atentos separadamente a morrê-la que não reparamos que éramos um só, que cada um de nós era uma ilusão do outro, e cada um, dentro de si, o mero eco do seu próprio ser. . .”
Dom Casmurro, Machado de Assis, 1899.
O Eu profundo e os outros Eus, Fernando Pessoa, 1913.
Da Prefeitura de Guarulhos – Secretaria de Comunicação
A Prefeitura realiza entre os dias 7 e 16 de maio, das 10h às 22h, no Parque da Transguarulhense (Continental), o Salão do Livro de Guarulhos. Todas as atividades do Salão são gratuitas. O escritor Ariano Suassuna estará no Café Literário no domingo, dia 9, às 19h30.
A abertura oficial na sexta-feira (7), às 19h30, contará com a presença do prefeito Sebastião Almeida e dos secretários Moacir de Souza (Educação) e Hélio Arantes (Cultura).
A Orquestra Jovem de Guarulhos, sob a regência do maestro Emiliano Patarra faz o show de abertura. A programação do primeiro dia, porém, começa bem mais cedo, às 10h30, com apresentação da Orquestra Pimentinhas, sob regência do maestro Vanderlei Banci. As 15h a diversão fica por conta do espetáculo Chang Cia de Circo.
A programação da tarde continua com um bate papo no Espaço Cultural, às 16 horas, com Max B.O. sobre o Movimento Hip-Hop. Na sequência, às 18 horas, Afonso Romano de Sant’anna participa do Café Literário, com apresentação de Frederico Barbosa.
O Salão do Livro, iniciativa da Prefeitura de Guarulhos, via secretarias de Educação e Cultura é realizado em parceria com a Associação Nacional de Livrarias – ANL.
Os exemplares serão expostos num espaço climatizado de 5 mil m². São cerca de 80 mil livros dos principais autores brasileiros, entre eles: Ariano Suassuana, Ignácio de Loyola Brandão, Carlos Heitor Cony e Pasquale Cipro Neto. Mais de 200 mil pessoas devem passar pelo salão durante os dez dias do evento.